quinta-feira, 2 de julho de 2009

Aquele dia...

Sábado à noite. Após um longo dia, Heloísa e Ricardo relaxam no sofá da sala, assistindo televisão. Ela, deitada no colo dele, recebe um cafuné cheio de carinho.
Heloísa – A comida estava gostosa na casa da minha mãe hoje, né? Nossa, comi demais.
Ricardo – A comida estava gostosa? Você é que tava muito gostosa, como sempre.
Heloísa olha pra ele, já vermelha de vergonha pois não gosta quando ele começa com esse papo. Ele a beija e cochicha no ouvido dela que ela é linda demais, e que foram as primeiras duas palavras que ele pronunciou quando eles se conheceram.
Ricardo – Nunca vou esquecer do dia em que te vi pela primeira vez. A faculdade nunca mais foi a mesma depois que te descobri nela. Estava solteiro há um ano, depois de longos 6 anos de namoro e noivado, então curtia a vida alucinadamente, pegando a mulherada sem parar, nunca indo pra aula de sexta-feira, e muitos outros dias também, e quando ia, estava sempre atrasado. Certo dia, chego correndo pra aula e esbarro numa certa garota, derrubo o fichário dela, desastrado do jeito que sempre fui, peço desculpas e ela olha pra mim e agradece, dando o sorriso mais lindo que eu já havia visto na vida. Naquele momento eu pensei que gostaria de dormir e acordar com aquele sorriso para o resto da minha vida. Ela sai andando na direção oposta da minha, mas na verdade nem sabia mais para qual lado eu estava indo, aqueles olhos brilhantes me ofuscaram e aquele sorriso ficou gravado na minha retina, perdi o rumo, perdi meu coração. Depois que ela foi me lembrei que não perguntei nem o nome, nem a sala, nem nada sobre ela. Como eu haveria de achá-la no meio daquele monte de universitários? Tinha que pensar numa solução. No dia seguinte, cheguei cedo pela primeira vez na vida, fiquei ao lado do porteiro só observando a galera entrando e torcendo para vê-la de novo, com aquele perfume que eu não conseguia esquecer. De repente, vejo a mulher da minha vida, sim, já sabia que era ela, aquela com quem eu gostaria de compartilhar todos os momentos, aquela com a qual eu gostaria de brigar só para depois nos reconciliarmos apaixonadamente. A segui para ver em qual sala ela estudava, fiquei olhando para ver se conhecia alguém que pudesse ser usado como balcão de informações, mas não conhecia. Resolvi não me apressar, esperei o dia seguinte, quando cheguei cedo novamente (milagres acontecem), aproveitando que ela ainda não tinha chegado e perguntei informações para uma menina que estava parada na porta. “Ah, a menina que senta ali na frente? Ela se chama Heloisa!”. Com a minha leve cara-de-pau, fui pescando mais informações e acabei descobrindo que ela não era casada e nem namorava. Meu coração quase pulou para fora da boca e eu não conseguia mais tirar o sorriso do rosto. Subi para minha sala parecendo um bobo e fiquei voando até o final da aula, estava em outro planeta, num planeta onde a única coisa que eu via eram aqueles lábios macios sorrindo pra mim. Só faltava uma coisa: fazê-la me notar. Nunca fui de meias palavras e muito menos discreto. No dia seguinte, cheguei com uma faixa debaixo no braço e, com a ajuda da Ariane, a menina que me passou as informações sobre o amor da minha vida, a coloquei em cima da lousa. Também deixei um bilhete para que ela entregasse para aquela que eu sabia que iria mudar a minha forma de enxergar a vida. Na faixa estava escrito: o brilho do seu sorriso não sai da minha mente, desde o que tinha em que esbarrei em você. Deixa eu te conhecer? No bilhete estava escrito: estou na calçada da faculdade, em frente à entrada principal. Estou te esperando. Aceita jantar comigo esta noite? Saí da sala com o coração batendo forte e muito tenso, esperando que a resposta fosse positiva. Nunca havia sentido algo tão forte na minha vida, era uma mistura de vários sentimentos, que resultavam em um, lindo e grande, chamado amor. Fiquei encostado no capô do carro, me balançando inteiro, olhando para a porta de entrada. De repente, vejo, TE vejo, caminhando em minha direção, com esse mesmo sorriso lindo de agora e esses olhos brilhantes que me diziam “Não acredito que você fez isso” de um jeito meigo que só você sabe falar. Você chegou perto meio que sem saber o que dizer, mas acabou me perguntando se eu era louco. Respondi da forma mais óbvia e verdadeira possível “Eu fiquei, você me deixou assim, desde o dia em que esbarrei contigo. Vamos jantar e conversar?”. Você me olhava de um jeito que me quebrava inteiro, disse que não costumava sair com quem não conhecia, mas como adorou a forma como convidei, iria aceitar, mas que as suas amigas estavam sabendo. Se você não voltasse sã e salva, elas ligariam para a polícia. Rimos um pouco e fomos jantar. Conversamos por horas, um papo gostoso, nem senti o tempo passar, até que trocamos alguns beijos. Estes que meus lábios até hoje não se deixam esquecer, estes pelos quais eu estou viciado, a pele mais gostosa de se tocar, o perfume mais delicado para se sentir. Foi uma das noites mais felizes da minha vida. Os dias iam se passando, ficando com você, nem lembrava mais de estudar, mas você me dava força, acreditava em mim e me fazia querer continuar e ser sempre melhor, melhor pra você, que já era perfeita. Em pouco tempo já planejávamos nosso futuro, celebrado hoje pela frase “até que a morte nos separe”. Hoje eu sei que, quando morrer, a única coisa que vou querer fazer antes é dizer que eu te amo, nessa e em todas as outras vidas.

1 comentários:

Dani Antunes disse...

Nossa! (...)

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